2013/11/11

Radiação de Baixa Intensidade e Suas Consequências para a Recuperação de Fukushima

Fonte: Atomic Insights

Uma das alegações sobre o acidente de Fukushima é que pessoas expostas à radiação emitida pela usina estariam "condenadas", ou pelo menos sob um risco muito maior de desenvolver câncer nos próximos anos. Essa expectativa, entretanto, encontra pouca ressalva entre pesquisadores familiarizados com os níveis de radiação liberados no acidente e seus efeitos no organismo humano a médio e longo prazo.

Low-level Radiation and Its Implications for Fukushima Recovery é o título de uma palestra apresentada pelo Dr. Kiyohiko Sakamoto em 2011. Dr. Sakamoto, PhD em medicina pela Universidade de Tohoku (localizada na província de Miyagi, ao Norte de Fukushima), estuda os efeitos de longo prazo da exposição a baixos níveis de radioatividade desde 1975. Inicialmente interessado em determinar a dose mínima de radiação necessária para acelerar a evolução do câncer em cobaias já doentes, Dr. Sakamoto surpreendeu-se ao descobrir que a baixos níveis (da ordem de 10 a 15 cGy) a irradiação incrementava a resposta imunológica natural, retardando o progresso da doença.

Desde então Dr. Sakamoto pesquisa o emprego da exposição a baixos níveis de radiação para a cura do câncer, tendo até hoje tratado cerca de 200 pacientes. Baseado nessa experiência, Dr. Sakamoto conclui que os residentes de Fukushima não estão sob nenhum risco adicional de contrair câncer devido aos níveis de radiação atuais, e poderiam mesmo experimentar riscos menores de contrair a doença no futuro – isto é, se o stress causado pela destruição do terremoto e do Tsunami, mais o medo causado pela falta de informação, não forem suficientes para reverter essa tendência.